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Hulin de Loo, Georges [Honoree]
Mélanges Hulin de Loo — Bruxelles [u.a.], 1931

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https://doi.org/10.11588/diglit.42068#0199
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METSYS E PORTUGAL

Com o estudo, jâ relativamente completo, do que
conhecemos da nossa pintura dos seculos XV e XVI, e o
melhor conhecimento dos artistas da especialidacle, que,
pela sua situaçâo e pela qualiclade da sua obra, deviam
ser dos mais notaveis nessa época, pode-se jâ determinar
quais as influências nacionais e estranhas que eles so-
freram e, consequentemente, o maior ou menor grau da
sua originalidade e poder. E com este estudo, a lenda de
uma escola portuguesa de origem van-eyckeana desfaz-se
por completo, por isso que a vinda a Portugal de Jean
Van Eyck, entre 16 de Dezembro de 1428 e 8 de Outubro
de 1429, com o éco que o fim da sua visita e o prestigio
do seu nome nào podiam deixar de ter tido, vem preci-
samente provar quâo grandes eram jâ entào as raizes da
nossa tradiçâo pictural. De contrârio, devenclo nessa época
ter jâ nasciclo, senao começado a sua aprendizagem, Nuno
Gonçalves, visto, em 1450, isto é apenas vinte e um anos
depois, ser jâ pintor régio, o que mesmo é dizer conhe-
cido e consagrado, o artista português teria sein duvida
seguido os processos do flamengo, processos cj[ue, para
mais, eram os praticados entao, nâo sô nas Flandres, mas
em toda a parte. Nào foi porém isso o que sucedeu e a
pintura de Nuno Gonçalves, sem preparo algum de cola
e cré, como sô muito mais tarde foi usado, e, porvezes,
com a tinta aplicacia em « pleno corpo », e sempre com
 
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