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Hulin de Loo, Georges [Gefeierte Pers.]
Mélanges Hulin de Loo — Bruxelles [u.a.], 1931

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https://doi.org/10.11588/diglit.42068#0213

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MÉLANGES HULIN DE LOO

de S. Job » teem a maior importancia, por ser um
elemento do maior interesse para o tâo discntido caso da
atribuiçâo a este artista das duas « Epreuves de Job »,
que fazem parte, respectivamente, do museu de Douai e
da colecçâo Max Goninck, perto de Bruxelas. Nâo conheço,
senâo de reproduçôes, um e outro desses paineis, e sem
poder por isso pronunciar-me pela sua autenticidade, incli-
no-me contudo a crêr, se se trata realmente de obras
autenticas de Bosch, que tenha pertencido a Damiâo de
Goes a da colecçâo Goninck.
Mas nâo é apenas nisto, que jâ séria muito, porque o
problema dos paineis das « Tentaçôes de Job » é o da
evoluçâo que o artista teria sofrido nos ultimos anos da
sua vida, que tem interesse esta parte das alegaçôes de
Damiâo de Goes. Elas interessam ainda pelo que nos dizem
do valor monetario dessas obras, cujo custo, de cêrca de
duzentos cruzados, para as duas « Tentaçôes », repré-
senta, para cada uma, um preço anâlogo ao que Damiâo de
Goes pagou pelo painel jà citado, de Metsys. E, pelo que
diz respeito ao custo das obras de arte, nas Flandres,
na primeira metade do seculo XVI, Damiâo de Groes nâo
se limita a estas informaçôes. Dâ-nos ainda outra nâo
menos preciosa, ern si mesma e pelo ponto de referencia
que oferece, a do preço porque comprou o livro de Horas
de Nossa Senhora, « iluminado por mestre Symâo de
Bruges », isto é Simâo Benyng, que mandou, de Antuer-
pia, para I3ortugal, à Rainha (D. Catarina), em 1544.
Custou-lhe esse livro, que nâo deve ser o que esta hoje
no Museu de Lisboa (1), mais de trezentos cruzados, ou

(1) O que pertence ao museu nacional de arte antiga foi, a meu vêr, feito
para o Infante D. Fernando e deve ser um dos que Damiâo de Goes mandou,
das Flandres, a este Principe, em 1530. E a hipôtese de ser este livro de
Horas, como pensa o Sr. Hulin de Loo, em virtude de x’ecentes descobertas
suas, obra, nao de Bening, mas de Gérard Horenbaut, nao contraria a nossa
conclusâo. Bening, a quem fora feita a encomenda, séria nesse caso, como era
corrente, o empresârio ou intermediârio, tendo, por falta de tempo ou qual-
quer outro motivo, confiado a sua execçao a oficina, ainda tâo pouco estudada,
daquele seu imitador e vizinho.
 
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