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https://doi.org/10.11588/diglit.42068#0215
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MÉLANGES HULIN DE LOO
tistas que se encontram aincla no corpo da igreja e que
tudo leva a crêr tenham feito parte do retâbulo do altar-
môr da primitiva capela, o que lhes marca logo uma
data nunca posterior a 1509.
Melhor do que isto comprova porém o nosso juizo o
provir, igualmente, da Madré de Deus, uni grupo de
paineis, obras indiscutiveis do grande mestre de Antuer-
pia, mas das quais, infelizmente, o Museu de Lisboa
possue apenas uma. As outras sairam de Portugal, per-
tencendo agora a que représenta « A Apresentaçâo no
Templo » ao Sr. Harris, de Londres. Justi viu-as quando
esteve no nosso paiz e refere-se-lhes, nos seus « Estudos
da Arte espanhola ». Considerando-as « verdadeiras joyas »,
menciona, além da que é hoje do Sr. Harris e da que
entrou ultimamente para o Museu de Lisboa e que repré-
senta « O Menino entre os Doutores », mais duas : « O
repouso na fuga para o Egipto » e « A lamentaçâo ao
pé da Cruz ». Tinlia-as, porém, como obras de portuguêses
que tivessem estudado em Antuerpia, dando-lhes assim
origem anàloga à que deu à « Virgem com o Menino
entre dois anjos », atribuida por êle entâo a Eduardo, o
português, precisamente o artista que, em 1504, trabalhava
naquela cidade, na oflcina de Metsys.
Ora, se a atribuiçâo deste ultimo painel âquele nosso
compatriota é plausivel e essa pintura conserva, por isso,
no Museu a meu cargo, a atribuiçâo que lhe deu o grande
critico alemâo, devendo a meu ver, darem-se egualmente
a Eduardo, o Português, os paineis analogos que se
conhecem, e, entre estes, os do Museu de Lyon e de
Madame Darcy, de Paris, e ainda o idêntico que possue
o Sr. Harris, de Londres e, que procédé tambem de Por-
tugal, o mesmo jà nào pode dizer-se pelo que respeita ao
« Menino entre os Doutores » e aos outros paineis da
mesma série. Estes têm, como jà o disse para a « Apre-
sentaçào no Templo », « Repouso na fuga para o
Egipto », e « Lamentaçao ao pé da Cruz », o Sr. Fried-
MÉLANGES HULIN DE LOO
tistas que se encontram aincla no corpo da igreja e que
tudo leva a crêr tenham feito parte do retâbulo do altar-
môr da primitiva capela, o que lhes marca logo uma
data nunca posterior a 1509.
Melhor do que isto comprova porém o nosso juizo o
provir, igualmente, da Madré de Deus, uni grupo de
paineis, obras indiscutiveis do grande mestre de Antuer-
pia, mas das quais, infelizmente, o Museu de Lisboa
possue apenas uma. As outras sairam de Portugal, per-
tencendo agora a que représenta « A Apresentaçâo no
Templo » ao Sr. Harris, de Londres. Justi viu-as quando
esteve no nosso paiz e refere-se-lhes, nos seus « Estudos
da Arte espanhola ». Considerando-as « verdadeiras joyas »,
menciona, além da que é hoje do Sr. Harris e da que
entrou ultimamente para o Museu de Lisboa e que repré-
senta « O Menino entre os Doutores », mais duas : « O
repouso na fuga para o Egipto » e « A lamentaçâo ao
pé da Cruz ». Tinlia-as, porém, como obras de portuguêses
que tivessem estudado em Antuerpia, dando-lhes assim
origem anàloga à que deu à « Virgem com o Menino
entre dois anjos », atribuida por êle entâo a Eduardo, o
português, precisamente o artista que, em 1504, trabalhava
naquela cidade, na oflcina de Metsys.
Ora, se a atribuiçâo deste ultimo painel âquele nosso
compatriota é plausivel e essa pintura conserva, por isso,
no Museu a meu cargo, a atribuiçâo que lhe deu o grande
critico alemâo, devendo a meu ver, darem-se egualmente
a Eduardo, o Português, os paineis analogos que se
conhecem, e, entre estes, os do Museu de Lyon e de
Madame Darcy, de Paris, e ainda o idêntico que possue
o Sr. Harris, de Londres e, que procédé tambem de Por-
tugal, o mesmo jà nào pode dizer-se pelo que respeita ao
« Menino entre os Doutores » e aos outros paineis da
mesma série. Estes têm, como jà o disse para a « Apre-
sentaçào no Templo », « Repouso na fuga para o
Egipto », e « Lamentaçao ao pé da Cruz », o Sr. Fried-